domingo, junho 06, 2004

afinal, sonho em mim...

Sonho acordado,
Na noite dos dias, que não passam...
Fujo, humílimo perante as pedras,
Os insectos...
Acordo a sonhar,
Nas manhãs torturantes,
Inertes, mortas para o tempo...
O esquecimento do futuro,
Como se, ansioso, me esgotasse.
Deixo atrás de mim o mimetismo da alegria,
Pois nunca foi mais do que um pálido vislumbre de vida,
Nunca sentir nem olhar.

1 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

[...]"Toda a amargura retardada da minha vida despe, aos meus olhos sem sensação, o traje de alegria natural de que usa nos acasos prolongados de todos os dias. Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste. E o que em mim verifica isto está por detrás de mim, como que se debruça sobre o meu encostado à janela, e, por sobre os meus ombros, ou até a minha cabeça, fita, com olhos mais íntimos que os meus, a chuva lenta, um pouco ondulada já, que filigrana de movimento o ar pardo e mau."[...]

Belas são as palavras de Fernando Pessoa!
Como conseguem embriagar-nos e conduzir-nos à introspecção.

*

11:17 da tarde  

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