domingo, agosto 08, 2004

a carta...

Escrever aqui, dirigir-me a ti, na segunda pessoa do singular, é como se pudesse falar contigo, na tua ausência. Escrevo-te e digo-te aquilo que já não podes ouvir. Como uma carta apaixonada, isto que escrevo ganha contornos de loucura, pois parece não ter referente. Tu, que escreves como uma deusa que tutela a eloquência, já não me retribuis palavras, já não me ouves. Como posso ter morrido para ti? Tudo isto está votado à tristeza, mas não a alimento... anseio pelo dia em que este "blog" vai ser absurdamente feliz, em que o meu discurso será pautado pelo sorriso dos teus olhos...





1 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Ao caminhar na praia encontrei a tua mensagem dentro de uma garrafa milenar...
Lembras-me um poema:

E se o dia abrisse em uníssono
e transbordasse...
E se um mar nos inundasse
e tu estivesses aqui,
no agora deste dia?

E se o amanhã fosse intermitente
E o nosso olhar abarcasse
todos os portos de palavras
que ainda estão
porvir

E se acordássemos as marés
e todo o branco nos sentisse
enfim
como uma lágrima que corre
para o rio devorar

Silêncio de palavras
que o dia nos trouxe

Baloiço de papel
que leva todo o vento
e constrói
o desnascer

4:38 da manhã  

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