quinta-feira, março 10, 2005

Esperança ou a inefável tentação de ser

Estava deslocado. Pensava que afinal não pertencia ali. É difícil enfrentar a perfeição de um momento, ainda que seja aquilo que mais desejamos. Olhava e sentia, mas não sabia. Ela, com simplicidade, puxa o banco, senta-se, olha para a partitura, começa timidamente a tocar. Tecla após tecla a melodia forma-se. Reconheço-a. Eu já a tinha tocado algumas vezes, mas esta melodia que despertava, pueril, estava a corrigir-me. O sentido da "mazurka", mais do que me elucidava sobre as harmonias, puxava-me para um turbilhão inevitável de taquicardia sentimental. Só queria dizer-lhe que nem o sonho mais ousado de Dali poderia reconstruir aquele momento. Mais do que onírico, era real e perfeito. Nesse momento (re)comecei a sentir... ou apenas um nevoeiro de mim no deserto de tudo o que fui.

2 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

"taquicardia sentimental", Mto bem :D
Nadir

1:58 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

"...taquicardia sentimental..."
:D mto bem
Nadir

1:59 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home