
Na linha que cruza o que observo, está o meu segredo, aquele que te revelo sem que o saibas. Avanço, ainda a medo, para junto dos teus pés, ainda molestados pelas caminhadas que escolhes empreender. Mantenho-me atento, sempre a pensar em ti, como se algo retivesse o meu pensamento e, pelo desconhecido, tu o sentisses. Não conheço os segredos do universo, não enquanto estou sozinho. A tua presença, escassa e reconfortante, é o alimento da minha magia (no sentido que lhe é dado pelas pessoas comuns). Cada minuto de sedentário raciocínio sobre ti, é um passo em direcção à conclusão dos meus dúbios desejos. É um passo que me afasta do amplexo apertado do passado fatigante. A angústia revela-se pequena, um horizonte vasto de dança e de poesia. Fotografo a minha alma através através dos teus olhos, e a plumbagina do meu coração espelha no papel os alicerces da minha música, da minha escrita. Emana de ti, agora, aqui, longe...